A Empresa Central de Transportes Coletivos S.A. começa por volta de 1947 com a compra da Empresa Amador de Transportes, cujo proprietário de mesmo nome era de origem portuguesa, Amador dos Santos Fernandes, que consta como sendo o primeiro proprietário de ônibus em Porto Alegre, em abril de 1926, em sociedade com Manoel Ramires, ex-taxista. A Empresa Amador possuía poucos carros nessa época, das marcas Studebaker, International e Ford, e tinha a concessão de transporte entre São Leopoldo e Porto Alegre. Naquela época era utilizada a chamada Estrada Velha. A linha passava por Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas, porém no trajeto Canoas-Porto Alegre a concessão era de outra empresa, atualmente chamada Viação Canoense. O grupo de empresários que fundou a Central era composto pelos Srs. Albino Rosa Gobo (diretor presidente, natural de Passo Fundo-RS), Valentim Faustini e Valdir Fonseca (naturais de Ijui-RS). Tinha ainda como sócios os Srs. Pizzato, Tomazzi, Luccezzi e Cauduro. Com a entrada do grupo, foi feita uma compra de carros novos, tendo sido importados dois GM Coach, com o chamado motor marítimo traseiro. Estes carros já vinham encarroçados, com bancos altos, e ficaram na empresa até 1949, quando foram vendidos para a empresa Reunidas da Serra, que fazia a linha Porto Alegre-Passo Fundo. Na cidade vizinha de Novo Hamburgo havia uma empresa com cerca de cinco carros, pertencente ao Sr. Normélio, em sociedade com um irmão do Sr. Luccezzi. Antes de 1950 houve a fusão das duas empresas, ficando a Central com a concessão de linhas de Novo Hamburgo até Porto Alegre. Nessa época havia duas linhas diretas, uma partindo de Novo Hamburgo e outra partindo de São Leopoldo, com dois carros Ford 1946 motor a gasolina, encarroçados Eliziário, levando 32 passageiros sentados. Os ônibus possuíam uma porta só e como não eram do modelo com frente de caminhão, eram apelidados de “gostosão”. Meu pai entrou para a Central em 1950, quando existiam cerca de 30 carros do tipo Ford 1946 gasolina e Ford 1946 diesel com motor Hércules de quatro cilindros. Naquela época chamava-se diesel de “óleo cru”. Havia também os International com motor diesel Buda de seis cilindros, e Studebaker a gasolina, chamados de Coca-Cola. A estrutura era de madeira revestida com chapas de aço. Com a expansão de 1950, entraram em serviço os novos Ford F-7 com motores adaptados Buda diesel 6 cilindros. Esses carros tinham ainda a frente de caminhão e a particularidade desses motores é que eram de injeção indireta, com pré-câmara e que tinham de fazer uso de aquecedor para pegar. (Texto Resumido) (fonte: Memória Gaúcha)